A Cátia Gonçalves tem 21 anos, é de Vila Nova de Gaia e está atualmente no último ano da licenciatura em Criatividade e Inovação Empresarial no Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto. Apaixonada pela cultura, particularmente por Musicais da Broadway, toca piano desde os 17 anos, alguns dos motivos pelos quais sonha em criar uma organização cultural de ajuda ao desenvolvimento de novos artistas. Faz parte da Comissão de Curso e é delegada de turma desde que entrou no ISCAP, em 2017, ano em que participou, também, no ISCULTURAP, evento cultural do Instituto. No ano seguinte fez parte da Associação de Estudantes como colaboradora do Departamento de Comunicação, coordenação de protocolos e parceiras. Como estudante de CIE venceu o Creativity Camp, na Lituânia, juntamente com uma das suas colegas.
Conhece melhor a Cátia e o seu percurso no ISCAP e descobre mais acerca da licenciatura em Criatividade e Inovação Empresarial:
1. Atualmente, estás prestes a terminar a licenciatura. Quais foram os motivos para ingressares em Criatividade e Inovação Empresarial?
Para ser honesta quando me candidatei a CIE foi apenas pelos ERASMUS obrigatórios (estudos e estágio internacional) como forma de escapar à “vida real”. Na altura queria ir estudar gestão cultural para Londres, mas os meus pais não me deixaram devido a vários fatores e como forma de “contrariar” acabei por escolher este curso porque apesar de o destino não ser Londres poderia sair na mesma de Portugal e ter a experiência de estar fora e ter de me adaptar a novas situações e contextos.
Lembro-me perfeitamente de ter encontrado este curso por ter escrito no google “cursos com Erasmus obrigatórios em Portugal” e apareceu Criatividade e Inovação Empresarial, na verdade eu nem sabia que Erasmus obrigatórios existia. A vinda para o ISCAP deu-se exclusivamente devido ao facto de ser a única Universidade/Instituto com esta vertente das ciências empresariais.
Posteriormente quando vi o plano de curso captou logo a minha atenção especialmente pelas cadeiras ligadas à relação humana como desenvolvimento pessoal, falar em público e liderança pessoal. E assim foi, achei que fosse muito relacionado com a minha personalidade, pelo menos muito mais que gestão ou economia na FEP que era a minha primeira opção. E até agora não me arrependo da escolha porque sem dúvida foi a melhor que fiz.
2. O teu curso oferece aos estudantes a oportunidade de estudar na Lituânia e na Estónia. Em que é que esta experiência te diferencia profissionalmente?
As experiências que vivemos na Lituânia e na Estónia moldam-nos de formas muito diferentes, no meu caso senti que em cada ERASMUS desenvolvi skills diferentes. No caso da Lituânia a minha turma vivia toda junta e é normal que 26 personalidades diferentes causem alguns conflitos, senti que tive de aprender a ser bastante tolerante e a aceitar diversas ideologias, mas sem dúvida que o mais significativo foi a solidariedade que tínhamos de ter uns para com os outros, estar longe de casa, longe da nossa família e amigos deixa-nos mais frágeis e por vezes sentimos que estamos a perder invés de ganhar.
Na Estónia é diferente, já não vivemos todos juntos e cada um está “na sua vida”. Estive a estagiar numa organização cultural e foi aqui que senti que adquiri o que me “diferencia profissionalmente”. Estar num contexto de trabalho no estrangeiro abre muito a mente, faz-nos ver maneiras diferentes de fazer as coisas e de chegar a soluções, fez-me querer arriscar e como dizemos no meu curso ter uma atitude “out of the box”. Sou apologista que o que aprendemos nos livros não é o suficiente, mas é quando chegamos ao terreno que percebemos as falhas no mercado e claramente que apôs termos uma visão do que há “lá fora” sabemos o que fazer e o que não fazer caso escolhamos um caminho profissional em Portugal, e vice-versa.
Em geral, o ERASMUS Joint Programme torna-nos mais responsáveis, com mente mais aberta, mais tolerantes, sensíveis a humanidade das pessoas, bons comunicadores, com espírito de equipa, com visão mais ampla o que nos possibilita ver o problema antes deste existir e a possível solução, somos capazes de criar um plano operacional para além da geração de ideias e ser criativos na gestão de recursos “fazemos muito com pouco”.
3. De que forma é que o ISCAP te permite aplicar os teus conhecimentos ao longo da tua licenciatura?
Tenho 2 situações que aconteceram derivadas à minha licenciatura. No 2º ano eu tinha de arranjar uma empresa para estagiar e num dia a minha mãe ligou-me a perguntar se eu teria interesse em ir estagiar para a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira porque comentou com o Vereador da Cultura que eu estava em CIE e ele achou o nome do curso tão interessante que me quis conhecer. Eu estava na Lituânia quando isto aconteceu e realmente quando voltei tive uma entrevista que nem parecia ser entrevista, foi mais uma troca de ideias sobre a importância que a inovação tem sob os negócios. Acabei por trabalhar juntamente com a minha mentora no Imaginarius Pro que tinha como objetivo dar a conhecer trabalhos de diversos artistas e arranjar investidores para os mesmos. Foi o trabalho que mais gosto me deu de fazer até hoje.
Outra situação, foi quando estive a trabalhar em Vilamoura tive o prazer de conhecer 2 pessoas influentes na área cultural, enquanto trabalhava estes fizeram-me diversas questões que pensava que era só para “fazer conversa” tais como, o que é que o meu curso se baseava, como tinha sido a minha experiência na Lituânia, o que achava da cultura portuguesa, entre outras. No final, quando estavam para ir embora vieram ter comigo e deram-me o número de telemóvel e só me disseram “Quando acabares a licenciatura liga-nos caso tenhas interesse em trabalhar connosco”.
4. Que conselho darias ao teu eu no primeiro dia do primeiro ano?
Não fiques triste se as coisas não correram como planeaste, às vezes as melhores oportunidades são provenientes de caminhos que nunca pensaste seguir.
5. O que é que te faz feliz no ISCAP?
As pessoas que fizeram parte do meu crescimento nomeadamente a minha turma, os meus professores, os meus amigos da praxe e fora dela, porque sem elas nunca teria chegado onde estou hoje. Como se costuma dizer, sozinhos vamos mais rápido, mas em equipa vamos mais longe.